quarta-feira, abril 26, 2006

Segunda-feira 13

Na última segunda-feira, pela primeira vez em 24 anos de existência, peguei o carro do meu pai escondido. Obviamente, deu bosta.
A parte mais ridícula é que eu nem peguei o carro pra ir numa super festa de 3 dias numa fazenda. Ou pra uma noite de amor selvagem. Roubei o filho mais precioso do Sr. Sebastião para tirar a segunda via do meu título de eleitor.
Ok, eu sei que isso é estranho, mas meus pais não acham ruim que eu vá a festas de 3 dias ou faça sexo selvagem (talvez esse último sim) mas eles ficam muito p* quando eu perco coisas, principalmente documentos. Por isso a coisa tinha que ser secreta.
Bom, estacionei na porta do meu cartório eleitoral, desci do carro e apertei o botãozinho do alarme. O vidro do lado do motorista começou a fazer um barulho estranho, subiu até a metade e caiu dentro da porta.
Aí, caros leitores, qual seria o pensamento de uma pessoa normal que tivesse roubado um carro? "Vou colocar essa porcaria na garagem e fingir que nada aconteceu". O que esta estúpida pensou? "Vou levar o carro pro mecânico porque a minha mãe pode precisar dele durante a semana. Afinal, não deve ter sido nada de muito grave".
Quinze minutos depois, estávamos na garagem do Sr. Ruta, um mecânico argentino muito simpático que quase faz parte da família:
"Você é a filha do Steban, não é?"
"O nome do meu pai é Sebastião"
"Isso, Sebástian...."
Mais alguns minutos e uma lição muito interessante de como abrir uma porta de um carro:
"Si, si... a máquina está quebrada..."
"Putz... mas dá pra concertar hoje?"
"Claro... umas seis horas está pronto"
"Ótimo"
"Tem apenas una cosita..."
"Que cosita?"
"Vou ter que trocar a peça inteira... Vai custar uns R$350,00"
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(Esse foi o tempo em que eu fiquei pensando onde diabos iria arranjar o dinheiro).

Indo embora pra casa a pé, fiquei revistando mentalmente as minhas economias: cheque especial, poupança, jóias, roupas.... É, não ia dar R$350, 00. Nesse momento, chego em casa e percebo que deixei minhas chaves dentro do carro... há quase 40 minutos de distância de onde eu estava.
Aí, caros leitores, finalmente não havia mais nada a lamentar. Pulei o portão, entrei em casa, abri uma lata de cerveja e fui jogar The Sims. É preciso saber quando jogar a toalha.

Mamãe chega às 20h e é informada sobre todo o acontecido. Depois de me chingar muito, ela pergunta:
"Mas por que você não deixou o carro na garagem? Ia dar menos trabalho..."

Eu preciso parar de me importar.

1 Comments:

  • At 1:25 PM, Anonymous Anônimo said…

    Eu ia falar que podia ser pior. Mas acho que não podia ser pior. rs

     

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