Estava eu pesquisando sobre o Dia das Mulheres pra uma matéria (aparentemente, meu chefe lembrou que eu existo). O Santo Google me trouxe um site com vários textos escritos por mulheres, sobre mulheres. Depois de alguns minutos, notei que havia algo de estranho no site. Não dá pra comentar, portanto, citarei:
"Ainda bem que essa profissão [dona de casa] nunca me deixará desempregada - os filhos crescem e nascem os netos... "trecho de Mulher inteligente, por Lenise Resende
"Ser "feminista", não foi e nunca será a solução. A mulher não precisa se masculinizar para ser respeitada, achando que somente dessa forma ela poderá ser reconhecida e valorizada, pois mesmo sendo feminina, ou melhor, principalmente sendo feminina, ela pode mostrar o seu valor e a sua capacidade. "trecho de 8 de Março, por Sandra Mamede
"A economista Sylvia Ann Hewlett aconselha às mulheres: "Não digo que joguem fora a sua carreira, mas para as mulheres em torno dos 30 anos, idade em que fundar uma família e ter filhos é relativamente fácil, esta deve ser a prioridade, e não o trabalho".
(...) Mas o que se vê atualmente é uma preferência pela carreira que, a longo prazo, não realiza a mulher tanto quanto a família. "
Entre a Carreira e a Família, Eduardo Gama
Eu poderia continuar por muito tempo, mas deixo o site para quem quiser conferir. O que eu não podia deixar de fazer é falar sobre a maior pérola de todas. O texto se chama
Desabafo de uma mulher rebelde e foi escrito por um autor anônimo (Dica: nunca leiam textos de anônimos. Se fosse bom, estaria assinado). Aí vão os petardos:
"Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas que teve a infeliz idéia de reivindicar direitos à mulher, e por quê ela fez isso conosco, que nascemos depois dela. Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, freqüentando saraus... "
"A vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária. Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã, tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço". Que espaço, minha filha? Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo ao seus pés. Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, e se exibir para os amigos..., que raio de direitos requerer? " Certamente essa senhoura anônima vive em um mundo alternativo. Um mundo onde, antes das feministas, as mulheres eram livres. Um mundo onde todas as mulheres eram ricas dondocas que passavam o dia bordando e freqüentado saraus (!). Um mundo onde a mulher tinha poder sobre o homem porque passava sua roupa. Afinal, qual homem, em sã consciência, iria irritar a pessoa que passa a sua camisa? Antes a morte a um colarinho amassado.
Sim, porque isso, para a senhoura anônima, é dominar o mundo. Servir um homem é dominar o mundo. Portanto, as privadas dominam o mundo!! Existe coisa mais útil que privada?
"Agora eles estão aí, todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo da cruz. Essa brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda. Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei - e olhe lá, porque naquela época não existia Bernard e, se duvidar, nem vôlei. "E não acaba por aí (quando acaba?). Por um acaso, essas malditas feministas deixaram os homens “confusos”. Eles não sabem mais qual o seu papel, nesse mundo estranho onde mulheres mandam nas suas próprias vidas. Agora, pobre moças casadoiras, elas não tem mais a alegria de ter o casamento arranjado pelo pai aos 12 anos por conta de algum tipo de aliança que, obviamente, foge ao conhecimento da garota que passará o dia fazendo tricô. Sim, porquê os casamentos duravam para sempre. Existe paraíso maior do que viver para sempre em um casamento sem amor ou respeito? Tenho certeza que não.
Aí vem a parte mais bonita:
“Chega! Eu quero alguém que pague as minhas contas, (..) que chegue do trabalho, sente no sofá, coloque os pés para cima e diga: "meu bem, me traz uma dose de whisky, por favor?", descobri que nasci para servir.”
Eu juro que não consegui fazer nenhum comentário sobre essa parte.
Mas, não era esse o meu ponto. O que eu queria dizer é que, depois de tudo isso (e outras coisas não citadas), o mais triste é ser obrigada a concordar com essa senhoura. Sim, caras 3 leitoras, eu tenho que concordar com essa dona em um ponto...
“Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas a estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados e especializações. Viramos supermulheres e continuamos a ganhar menos do que eles.”Fonte:
www.portaldafamilia.org (Leiam e vomitem ou poupem-se do trabalho)